Dicas para acelerar o processo de inventário
O processo de inventário é uma etapa inevitável após o falecimento de uma pessoa, e sua finalidade é a apuração dos bens, direitos e obrigações do falecido para posterior divisão entre os herdeiros.
Embora essencial, esse procedimento costuma ser visto com receio e ansiedade, principalmente por seu potencial de ser longo, complexo e, muitas vezes, emocionalmente desgastante. A duração do inventário pode variar significativamente, dependendo de diversos fatores, como a organização dos documentos, a existência de dívidas e a concordância entre os herdeiros.
Diante desse cenário, muitos se perguntam: como acelerar o processo de inventário e evitar transtornos desnecessários? A boa notícia é que existem várias estratégias e práticas que podem ser adotadas para tornar esse processo mais ágil e eficiente.
Neste artigo, vamos explorar dicas valiosas que vão desde a preparação e organização de documentos até a escolha do tipo de processo de inventário mais adequado, passando pela contratação de profissionais especializados e o uso de tecnologias que facilitam os trâmites legais.
Nosso objetivo é oferecer um guia prático e detalhado que possa ajudar você e sua família a enfrentar essa etapa de maneira mais tranquila e eficaz. Com informações claras e bem fundamentadas, esperamos reduzir as incertezas e proporcionar um caminho mais sereno para a resolução do inventário.
Afinal, a agilidade nesse processo não apenas economiza tempo e recursos, mas também contribui para um ambiente familiar mais harmonioso e livre de conflitos.
Reúna toda a documentação necessária para o processo de inventário
A organização e preparação dos documentos são etapas cruciais para acelerar o processo de inventário. A falta de documentos essenciais pode causar atrasos significativos, além de aumentar o estresse e a ansiedade dos herdeiros. Portanto, é fundamental reunir todos os documentos necessários de forma antecipada e meticulosa.
Para iniciar o inventário, é indispensável a certidão de óbito do falecido. Além disso, documentos de identificação como RG e CPF são necessários para a formalização do processo.

Se o falecido era casado, a certidão de casamento deve ser apresentada, ou, em caso de divórcio, a certidão de casamento com a averbação do divórcio. Para comprovar a filiação e o direito à herança, as certidões de nascimento dos herdeiros são fundamentais.
Dos imóveis:
- Certidão de Propriedade: Emitida pelo Cartório de Registro de Imóveis, comprova a titularidade do imóvel.
- IPTU: Comprovantes de pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano.
- Escrituras e Contratos: Escrituras públicas, contratos de compra e venda, e quaisquer outros documentos que comprovem a posse e propriedade de imóveis.
Dos veículos:
- Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).
- Comprovantes de pagamento do IPVA.
- Apólices de Seguro: Se houver seguros vinculados ao veículo.
Das contas bancárias e investimentos:
- Extratos Bancários: Relacionados às contas correntes, poupanças e investimentos.
- Certificados de Depósitos e Títulos: Incluindo CDBs, títulos públicos, ações e outros investimentos financeiros.
Outros bens que houver:
- Documentos de Propriedade: De bens móveis de valor significativo, como joias e obras de arte.
- Contratos de Arrendamento ou Aluguel: Se o falecido possuía imóveis alugados ou arrendados.
Caso haja dívidas ativas:
- Comprovantes de dívidas e obrigações financeiras, incluindo empréstimos e financiamentos.
Impostos e taxas:
- Comprovantes de quitação de impostos e taxas diversas, como Imposto de Renda.
Despesas Médicas e Funerárias:
- Recibos e notas fiscais de despesas médicas e funerárias, que podem ser incluídas no inventário como despesas dedutíveis.
E se houver testamento ao dar entrada no processo de inventário?
A existência de um testamento pode simplificar e agilizar significativamente o processo de inventário, mas é importante entender como ele deve ser tratado para garantir que sua validade e eficácia sejam respeitadas.

O primeiro passo é apresentar o testamento ao advogado responsável pelo inventário. Este documento deve ser homologado judicialmente ou registrado em cartório, dependendo do tipo de testamento e da legislação local.
Existem diferentes formas de testamento, como o público, o cerrado e o particular, cada um com suas especificidades quanto à forma de elaboração e validade. É essencial que o advogado verifique a autenticidade do documento e sua conformidade com as exigências legais.
Tipos de testamento que você pode arrolar
Planejar a distribuição de bens após a morte é uma medida importante para garantir que a vontade do falecido seja cumprida e para evitar conflitos entre os herdeiros. No Brasil, existem diferentes tipos de testamento que podem ser escolhidos de acordo com as necessidades e preferências de cada pessoa.
Cada tipo possui suas particularidades, requisitos e níveis de segurança jurídica. A seguir, apresentamos um resumo dos principais tipos de testamento, destacando suas características e vantagens para ajudar na escolha do mais adequado para cada situação.
- Testamento público: Feito em cartório, na presença de duas testemunhas, e registrado em livro próprio. É a forma mais segura e difícil de contestar.
- Testamento Cerrado: Escrito pelo testador ou por outra pessoa a seu pedido, é lacrado e apresentado ao tabelião na presença de duas testemunhas. Só pode ser aberto judicialmente após a morte do testador.
- Testamento Particular: Escrito e assinado pelo testador na presença de três testemunhas, que também assinam o documento. É mais suscetível a contestações devido à sua natureza privada.
Homologação judicial ou registro em cartório
Após a apresentação do testamento, é necessário proceder à sua homologação judicial ou registro em cartório, dependendo do tipo de testamento. Esse procedimento visa confirmar a autenticidade e a validade do documento, bem como garantir que todas as formalidades legais foram cumpridas.
A homologação judicial é obrigatória para testamentos cerrados e particulares, enquanto os testamentos públicos já têm sua validade reconhecida pelo registro em cartório.
E a distribuição de bens?
O testamento orienta a distribuição dos bens conforme a vontade do falecido, o que pode agilizar o processo de inventário ao evitar disputas entre os herdeiros. No entanto, é importante lembrar que o testamento deve respeitar a legislação vigente, especialmente no que diz respeito à legítima dos herdeiros necessários, como filhos, cônjuge e pais. A legítima corresponde a 50% dos bens do falecido, que devem ser destinados obrigatoriamente a esses herdeiros, não podendo ser dispostos livremente pelo testador.
Cartas de doação e disposição de bens
Além do testamento, quaisquer cartas de doação e documentos de disposição de bens feitos em vida pelo falecido também devem ser apresentados.

Esses documentos são fundamentais para garantir que todas as transferências de propriedade sejam reconhecidas e válidas, evitando futuras contestações. As doações feitas em vida podem ser abatidas da parte disponível dos bens, desde que não prejudiquem a legítima dos herdeiros necessários.
Benefícios que o testamento traz para o processo inventário
A existência de um testamento bem elaborado e juridicamente válido pode trazer inúmeros benefícios para o processo de inventário, tais como:
- Agilidade na distribuição dos bens: O testamento define previamente como os bens devem ser partilhados, evitando longas discussões e acordos entre os herdeiros.
- Redução de Conflitos: Ao expressar claramente a vontade do falecido, o testamento minimiza as chances de disputas e contestações.
- Segurança Jurídica: Um testamento elaborado conforme as normas legais garante que a partilha dos bens ocorrerá de acordo com os desejos do testador, respeitando os direitos dos herdeiros necessários.
A escolha do inventariante
A escolha do inventariante é crucial no processo de inventário, pois essa pessoa administrará os bens e representará o espólio até a partilha final. Ele deve agir com diligência, transparência e imparcialidade. Portanto, selecionar uma pessoa de confiança, íntegra e justa é essencial.
Além de ser confiável, deve ter habilidades de gestão e organização para lidar eficientemente com os bens do espólio. Conhecimento jurídico é uma vantagem, mas, na ausência, é importante ter acesso a assessoria jurídica.
Disponibilidade de tempo também é crucial, pois precisará estar presente para reuniões, visitas a cartórios e comunicação com herdeiros e advogados.

O inventariante deve ser respeitado por todos os herdeiros e capaz de mediar conflitos. Sua nomeação pode ocorrer por testamento, consenso entre os herdeiros ou nomeação judicial. Ele deve prestar contas regularmente e pode ser remunerado conforme estipulado pela lei ou acordo entre os herdeiros.
Papel do Inventariante no processo de inventário
O inventariante é o administrador provisório dos bens do falecido durante o processo de inventário. Esta função é fundamental para garantir que o espólio seja gerido de maneira adequada e conforme a legislação vigente.
Suas responsabilidades são diversas e abrangem desde a identificação e custódia dos bens até a representação do espólio em questões judiciais e extrajudiciais, veja:
- Levantamento dos bens e dívidas: Deve identificar e listar todos os bens, direitos e obrigações do espólio, incluindo imóveis, veículos, contas bancárias, investimentos, dívidas, e qualquer outro ativo ou passivo.
- Custódia dos bens: Ele é responsável por guardar e conservar os bens do espólio, tomando medidas para evitar sua deterioração ou perda.
- Pagamentos de despesas e dívidas: O inventariante deve pagar as despesas necessárias para a conservação dos bens e quitar as dívidas deixadas pelo falecido, utilizando os recursos do espólio.
- Representação judicial e extrajudicial: Ele representa o espólio em todos os atos judiciais e extrajudiciais, respondendo a processos em nome do espólio e defendendo seus interesses.
- Prestação de contas: O inventariante deve prestar contas aos herdeiros e ao juiz sobre a administração do espólio, apresentando relatórios periódicos detalhados.
- Partilha dos bens: Após a homologação do plano de partilha pelo juiz, o inventariante deve efetuar a divisão dos bens conforme decidido.
Procedimento para nomeação do inventariante
A nomeação do inventariante é uma etapa essencial no processo de inventário, pois essa pessoa será responsável por administrar os bens e representar o espólio até a conclusão da partilha.
Existem diferentes maneiras de nomear um inventariante, dependendo da situação específica de cada caso. A escolha pode ser feita através de um testamento, por consenso entre os herdeiros ou, em última instância, por decisão judicial.
Veja abaixo um pouco mais sobre estas opções:
- Testamento: Se o falecido deixou um testamento, ele pode ter nomeado um inventariante. Essa escolha deve ser respeitada, desde que a pessoa nomeada aceite a responsabilidade.

- Consenso entre Herdeiros: Na ausência de um testamento ou se o testamento não nomear um inventariante, os herdeiros podem consensualmente escolher uma pessoa para desempenhar essa função.
- Nomeação Judicial: Se os herdeiros não chegarem a um consenso, o juiz nomeará um inventariante, geralmente seguindo uma ordem de preferência legal (cônjuge sobrevivente, herdeiros, etc.).
Dicas adicionais que vão te poupar tempo no processo de inventário
Manter cópias digitais de todos os documentos importantes facilita o acesso e envio aos advogados e ao cartório. A digitalização garante que os documentos estejam sempre disponíveis, evitando perdas e facilitando o compartilhamento de informações.
Utilizar um checklist é uma ótima forma de garantir que todos os documentos necessários foram reunidos e estão em ordem. Marcar cada item do checklist conforme ele é obtido ajuda a manter a organização e a eficiência no processo.
Separar os documentos por categorias (pessoais, bens, dívidas, etc.) facilita a localização e consulta, tornando o processo mais rápido e menos propenso a erros.
Reunir toda a documentação necessária é um passo fundamental para agilizar o processo de inventário. A organização antecipada e detalhada dos documentos evita atrasos e facilita a vida dos herdeiros, permitindo que o processo ocorra de maneira mais rápida e eficiente.
Contrate uma consultoria profissional especializada
A contratação de consultoria profissional é um passo fundamental para assegurar que o processo de inventário ocorra de forma eficiente e conforme as normas legais.

Os advogados especializados em direito sucessório são os principais profissionais a serem contratados durante o processo de inventário.
Eles possuem o conhecimento necessário para orientar os herdeiros sobre os procedimentos legais, direitos e deveres, garantindo que todas as etapas do inventário sejam cumpridas corretamente. Suas principais funções incluem:
- Orientação legal: Explicam as leis e regulamentos aplicáveis ao inventário, ajudando os herdeiros a entender seus direitos e obrigações.
- Preparação de documentos: Auxiliam na reunião e organização dos documentos necessários, além de preparar petições e outros documentos legais.
- Representação em juízo: Representam os interesses dos herdeiros e do espólio em todas as instâncias judiciais, defendendo os direitos do espólio e dos herdeiros.
- Mediação de conflitos: Atuam como mediadores para resolver disputas entre os herdeiros, buscando acordos amigáveis que evitem litígios prolongados.
Acelerar o processo de inventário é essencial para proporcionar tranquilidade e segurança aos herdeiros. A preparação antecipada, a organização meticulosa dos documentos, a escolha adequada do inventariante e a contratação de consultoria profissional são passos fundamentais para garantir um inventário eficiente e sem complicações.
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